A TORRE ERIGIDA ABAIXO - YANG LIAN
Tradução: Verena Veludo e Rodrigo Bravo
Arte de capa e texto introdutório: Ai Weiwei
Apresentação: Antônio José B. de Menezes Jr.
Design de capa: Luis Vassallo.84p. ISBN: 978-65-85046-09-1
APRESENTAÇÃO
Antonio José B. de Menezes Jr
É sempre com surpresa e admiração que nos deparamos com as traduções da poesia chinesa contemporânea que medram audaciosamente em meio aos vastos pavimentos de concreto da
sinologia.
O autor, Yang Lian, é um dos expoentes da geração conhecida como “Poetas Nebulosos” dos anos 1970-80, cuja temática original, transposta para o século XXI, de certa forma recoloca o
permanente desafio existencial chinês frente às máscaras impermanentes e vazias do mundo pós-moderno.
Nesse sentido, “A torre erigida abaixo” busca reconstruir, partindo de uma intervenção artística de Ai Weiwei na Mata Atlântica brasileira, esse longamente desejado caminho de volta para
casa, passando pelo Céu.
SOBRE A TORRE ERIGIDA ABAIXO
Ai Weiwei
De todas as obras de Yang Lian que já li, A torre erigida abaixo é a mais complexa e emocionalmente carregada em profundidade intelectual, forma linguística e estilo narrativo. É como uma grande árvore, crescendo em direção à vida e à morte. Yang Lian emprestou a metáfora da árvore para desenvolver o poema do início ao fim, e elaborar sua compreensão da árvore da vida. A metáfora da árvore e da morte do pai enredam-se nos problemas intransponíveis entre a vida e a morte, e explica seus sentimentos mais íntimos. A linguagem do poema é madura e sem adornos. Transborda naturalmente como o vinho, a fermentação da uva, ou a forja do ferro.
Sons e cores em perfeita integração tornam-se uma enorme coleção de ideias em um belo poema digno de congratulação.
A sustentação poética de Yang Lian, como a pintura de Ni Zan e o cântaro de bronze do início da Dinastia Shang, pertencem a valores estéticos requintados. Esse tipo estético de expressão complexa, torna a descrição metafísica do objeto extremamente difícil. Mas um poeta habilidoso como ele, o faz com bastante tranquilidade. Quando as pessoas encontram um impasse, é possível que surja uma oportunidade de aperfeiçoamento. Aconteceu com uma árvore moribunda de mais de 1.200 anos na floresta Amazônica. Ela foi copiada, duplicada, e fundida, tornando-se uma obra de ferro com 32 metros de altura e 40 toneladas. Tal feito é como a âncora lançada do navio, engancha-se nas rochas do fundo do mar, para que não se perca em seu curso. A vida é prática, e rastejar lentamente também faz parte da prática. Voltando ao poema – Yang Lian é como um soldado endurecido pela batalha. Neste poema, é possível ver que ele se despiu de sua armadura e voltou a sua natureza. Suas cicatrizes expostas são claramente visíveis, e seu estado de espírito é comovente. O sopro da vida não está impedido, a linguagem falsa muitas vezes impede o sopro da vida, enquanto a linguagem genuína está completamente exposta. Yang Lian consegue transmiti-la, e sua existência se distingue da afetação e artificialidade normalizadas por tantos poetas, com seus gemidos inventados e esquivas cínicas. Este poema foi pensado com rigor e precisão, ao relacionar de forma intrínseca a história, a realidade e a especulação metafísica. À medida que se aprofunda, camada a camada, transcende a tradição, e apresenta novas evidências dos crimes da civilização humana. Como um excelente investigador, Yang Lian disseca suas evidências para nós.
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R$75,00Preço
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